Do Diretório ao Império
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Obra de Jacques-Louis David, pintada entre 1805 e 1807, retrata a coroação
de Napoleão Bonaparte. Perceba que a coroa está nas mãos
de Napoleão e não nas do Papa, deixando muito claro que havia
um novo poder na França pós-revolução. Um poder
que não era religioso, mas econômico e político. |
Emmanuel Sieyès, um dos idealistas
da Revolução Francesa, insatisfeito com a corrupção
generalizada no Diretório, estava à procura de alguém que
o ajudasse a depor o governo. A princípio, ele pensou no General Joubert,
mas, após sua morte em uma batalha contra a Rússia, Sieyès
procurou Napoleão. Ele propôs a Bonaparte que fosse instituído
um triunvirato, semelhante aos estabelecidos antigamente na República
Romana. Napoleão aceitou a proposta e, em novembro de 1799, sob uma nova
constituição, o governo francês foi cedido ao trio de cônsules,
em que Bonaparte exercia uma influência muito maior que os outros. Esse
foi o fim da Revolução Francesa e o início da Era Napoleônica.
Tal dia ficou conhecido na História como o golpe do “18 Brumário”
no calendário revolucionário, que corresponde a 9 de novembro
de 1799 no calendário gregoriano.
Por meio da força militar e das mudanças
no sistema eleitoral, Napoleão fez com que apenas 10% da população
tivesse direito a voto e que constasse em uma “lista de confiança”.
Essa situação transformou o Primeiro-cônsul da França
em um legítimo ditador. No início de 1800, 3 milhões de
franceses votaram em um plebiscito para aprovar a nova Constituição,
em que Bonaparte recebeu irrisórios 1.500 votos contrários. Em
1802, outro plebiscito concedeu-lhe o consulado vitalício. Em 1804, novo
plebiscito o transformou em Imperador dos franceses. A França —
que havia feito uma revolução para pôr fim ao Antigo Regime
— presenciou o nascimento de um imperador e, é claro, de toda sua
corte, formada por militares, religiosos e parentes.
Enquanto consolidava seu poder, Napoleão introduziu diversas reformas
que perduram até os tempos atuais.
Conheça algumas delas:
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Código Napoleônico ou Código Civil
O Código Napoleônico
unificou, pela primeira vez em um documento escrito, as leis francesas. Anteriormente,
muitas regiões francesas seguiam apenas leis não-escritas, baseadas
em costumes e privilégios. Nos locais em que havia algum código
de leis escrito, ele era muito semelhante à Lei Romana desenvolvida no
século VI. O código outorgado por Napoleão se caracterizou
por valorizar a figura do homem em detrimento a da mulher, privilegiar as classes
médias em detrimento dos grupos sociais mais pobres. Napoleão
sabia que tentativas anteriores — em outros países europeus —
de implementar um código de leis único não foram bem-sucedidas,
devido à resistência da população e dos magistrados.
Então, para garantir a adoção desse sistema pelos magistrados
e pela população francesa, Bonaparte impôs forte censura
à imprensa e organizou uma força policial eficiente para estabelecer
a “ordem” nas cidades francesas. Tais medidas tornaram a França
o primeiro país a ter um efetivo sistema de leis escrito.
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Código Penal e Código Criminal
Foi estabelecido para proteger os direitos
das pessoas. Um de seus objetivos era evitar prisões arbitrárias,
os indivíduos tinham que ser processados. A prisão por crimes
religiosos (blasfêmia, heresia, bruxaria, sacrilégio, entre outros)
foi proibida. Em poucos anos, esse novo código regularia grande parte
da vida cotidiana dos franceses.
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Relação entre religião e Estado
Os revolucionários franceses pregavam
a separação entre a Igreja e o Estado, por essa razão,
desde o início da revolução, tentaram excluir a participação
da Igreja em diversos aspectos da sociedade. Por exemplo: na época, o
sistema educacional era muito dependente da Igreja, que administrava quase todas
as escolas. Os revolucionários definiram que Educação era
função do Estado e proibiram a existência de escolas religiosas.
Napoleão percebeu que era impossível proibir a população
de ter uma religião e que a Igreja tinha um papel importante a desempenhar
na sociedade, por isso reatou relações com a Igreja Católica
e declarou que o catolicismo era a religião da grande maioria dos franceses.
É importante observar que Bonaparte não declarou que a França
era um país católico, portanto, os não-católicos
não poderiam ser perseguidos pelo Estado por motivos religiosos.
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Pesos e medidas
Em 1801, Napoleão alterou o sistema de medidas e implantou
o sistema métrico decimal. Até essa data, cada país possuía
um sistema de medidas diferente. Em alguns países, havia um ou mais sistemas
por região. Na Europa, somente a Grã-Bretanha não adotou
o sistema métrico criado por Bonaparte.
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Estradas e escolas
Bonaparte também foi responsável pela implantação
de uma grande malha de estradas por toda a França, além de inúmeras
escolas primárias, secundárias (os chamados liceus) e de ensino
superior. Ele acreditava que, dessa forma, os futuros cidadãos franceses
conheceriam sua história (a de Napoleão) e seriam cidadãos
mais “comportados”.
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