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quarta-feira, 5 de junho de 2013

REVOLUÇÃO FRANCESA,


REVOLUÇÃO FRANCESA,
o virar de páginas da Idade Moderna para a Idade Contemporânea
A França era na década de 1780 o país mais populoso da Europa. Contudo, isso não quer dizer que a prosperidade econômica e social era sua característica mais marcante. O território francês abrigava ordens sociais rigidamente divididas, no que comumente chamamos de os três estados. O primeiro estado era formado pelo clero, o segundo estado pela nobreza e, o terceiro estado compreendia o restante da população francesa.
            No primeiro estado podemos verificar a existência de dois grupos que em determinados momentos da história defendiam posições extremamente contraditórias: o alto clero, do qual faziam parte os bispos e abades com nível de nobreza; e, o baixo clero, padres e vigários que por sua condição inferior muitas vezes defendiam os interesses do terceiro estado.
            É sabido que no período áureo do absolutismo francês a mobilidade social era praticamente nula. Nos anos que antecedem a Revolução o quadro é outro, pois com o desenvolvimento comercial e com a nascente industrialização surgem condições econômicas que levam a burguesia a pleitear cada vez mais uma participação política e o reconhecimento social. Aí se tem no segundo estado três subgrupos que podem assim ser identificados: a nobreza palaciana, que habitava as instalações reais e do reino dependia a sua sobrevivência; a nobreza provincial, que longe dos requintes de Versalhes morava no campo; e, a nobreza de toga, principalmente pessoas que ascenderam socialmente entre os burgueses e conseguiram comprar seus títulos de nobreza.
 
Palácio de Versalhes
            Apesar de populoso, a França era majoritariamente agrária. Especula-se que cerca de 98% da população pertencia ao terceiro estado e, destes, em torno de 85% viviam no campo. O primeiro estado respondia por 0,5% da população enquanto o segundo estado abarcava 1,5%. Ou seja, a maioria da população francesa era formada pelos camponeses, pequenos artesãos, uma nascente e cada vez mais ativa burguesia e pelos demais habitantes, entre eles desde desempregados e andarilhos até os mais enriquecidos banqueiros.
   
O terceiro estado e os sans-culottes
            O poder político ainda estava concentrado nas mãos do monarca, enquanto a burguesia clamava por uma participação mais efetiva na administração pública, um pouco para fazer valer seus interesses que tanto se diferenciavam dos nobres.
            Enquanto o terceiro estado sofria para pagar impostos, taxas e dízimos, os nobres e o clero se beneficiavam de grande protecionismo concedido pela monarquia francesa.
            A situação estava cada vez mais insuportável para o terceiro estado: falta de comida, falta de emprego, falta de dinheiro. O que também acontecia com os cofres públicos, já que a Guerra dos Sete Anos e a Guerra de Independência dos Estados Unidos também contribuíram para aumentar o rombo. Isso sem falar que de toda arrecadação, cerca de 10% eram consumidos apenas com gastos da casa real, com pensões de nobres, festas, banquetes e demais futilezas.
            Sem mais de onde arrecadar, Luis XVI resolve convocar os Estados Gerais, assembléia em que representantes das três ordens sociais se reuniam para deliberar assuntos importantes. O detalhe é que assembléia igual a essa não era convocada há mais de 150 anos, o que demonstra quão absoluta era a monarquia francesa. A última convocação dos Estados Gerais havia sido feita em 1614 e, em 1789 o rei resolveu fazer nova convocação. O terceiro estado concluiu que a convocação tinha por objetivo incluí-los nas decisões políticas, mas surpresos ficaram quando descobriram que o rei apenas queria a aprovação da cobrança de novos impostos. E ainda, o terceiro estado tentava negociar uma participação individual, ou seja, cada representante teria direito a um voto e não como o rei desejava, sendo um voto por estado. Isso acirrou ainda mais a crise política e social na França.
A Liberdade conduzindo o povo
            O país que trazia no seu histórico recente péssimas colheitas e consequentemente a elevação dos preços dos alimentos, era um grande barril de pólvora. Uma fagulha bastaria para que a revolução explodisse. E a fagulha inicial foi desprendida no dia 14 de julho de 1789, quando populares franceses invadiram a prisão da Bastilha, símbolo máximo do absolutismo francês no imaginário popular.
   
A tomada da Bastilha
            Os rumores de que as insurreições aumentassem colocou o primeiro e o segundo estados em pânico, levando o rei a ordenar que eles se juntassem no que passou a ter a função de Assembléia Nacional Constituinte, que durou de 1789 até 1791. Durante esse período foi divulgada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e foi aprovada a Constituição Civil do Clero. Somente em setembro de 1971 é que a primeira constituição francesa foi aprovada e a Monarquia Constitucional foi implantada como novo regime.
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
            No entanto, o rei não era mais figura confiável. Os revolucionários desconfiavam de uma repentina fuga da família real, o que muitos nobres e ministros de Luis XVI aconselharam desde o dia 14 de julho de 1789. A suposição de uma fuga foi concretizada em 1791, quando Maria Antonieta arquitetou uma rocambolesca fuga, pelas portas dos fundos e com direito a disfarces. A família real foi feita prisioneira na cidade de Varrenes. De volta à Paris o rei beneficiava-se de disputas internas, fazendo um jogo duplo para realizar seu grande intuito, o de voltar ao trono com poderes absolutos.
            Entre os aliados do rei estava grande parcela do segundo estado e monarquistas de países vizinhos que se sentiam ameaçados pelas idéias libertadoras dos revolucionários franceses. O rei foi julgado e condenado culpado por ter passado informações militares aos austríacos. Acabava aí o período de monarquia constitucional e instaurou-se na França a Primeira República.
            Reunidos na Convenção, a Primeira República foi, sem dúvidas, o período mais radical da revolução, também conhecido como regime do terror, onde três correntes passaram a disputar o poder: os girondinos, os jacobinos e o grupo da planície.
            No ano de 1793, Luis XVI foi condenado e guilhotinado, mesmo fim que alguns meses depois levou Maria Antonieta.
Guilhotina
            O caos imperava na França, a formação de um Comitê de Salvação Pública durou até o Golpe do Termidor, quando a Convenção deu lugar ao Diretório, que durou de 1795 a 1799. Sem conseguir resolver os problemas internos, o Diretório resolve aliar-se ao exército que vinha conseguindo importantes vitórias através de seu jovem general Napoleão Bonaparte, que depois de ser convidado a participar do Diretório acaba por destituí-lo por meio  de um golpe, o Golpe de 18 Brumário.
 
O jovem general Napoleão Bonaparte
            Passa-se assim a uma fase de grandes realizações na França comandada por Napoleão Bonaparte, que cria o franco francês, o Banco da França e elaborou o primeiro Código Civil, também conhecido como Código de Napoleão. Em 1804 ele se autoproclamou Imperador da França, com o título de Napoleão I. Seus problemas com a França aumentam quando ele decreta o Bloqueio Continental, instrumento pelo qual ele proibia todos os portos europeus de receberem navios ingleses. Em outras palavras, Napoleão I quis proibir que os países da porção continental não mais fizessem comércio com a Inglaterra. Pensava Napoleão que somente assim, com uma Inglaterra enfraquecida comercialmente, ele conseguiria invadi-la.
   
O Imperador Napoleão I
            O não cumprimento do Bloqueio Continental fez com que invasões fossem realizadas nos países desobedientes. Entre eles, a Espanha, Portugal e a Rússia. A invasão da Rússia foi o início do declínio do império napoleônico. Os russos fugiram para o interior deixando o exército de mais de 500 mil homens de Napoleão praticamente abobalhados: sem abrigo, sem suprimentos e tendo de suportar o incrível inverno russo, só restou ao imperador francês bater em retirada. Voltou com metade de seus homens.
            Napoleão acaba deixando o poder e os Bourbons retornam ao trono. Por pouco tempo, pois Napoleão que estava extraditado na ilha de Elba retorna à França em cem dias é finalmente derrotado pelos ingleses, na Batalha de Waterloo. Napoleão passa seus últimos dias na ilha de Santa Helena, onde morre em 1821.


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