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quarta-feira, 5 de junho de 2013

TRAFALGAR OS MARES NAO SAO PRA NAPOLEAO


A Batalha de Trafalgar (1805)

QUINTA-FEIRA, 3 DE NOVEMBRO DE 2011


Este artigo não é de minha autoria, eu achei ele na Internet, achei interessante e resolvi postar ele aqui, eu não consegui identificar o autor, se alguém souber, por favor me informe que darei os créditos.


Pense numa fortaleza com muralhas de três andares de altura, cujo interior possuía pouco mais de 80 canhões. E 60 dessas fortalezas flutuam no mar, manobrando lentamente, trocando tiros a poucos metros de distância e, às vezes, colidindo. Isso foi o que aconteceu na famosa Batalha de Trafalgar, cerca de 30 km a oeste do estreito de Gibraltar, na Costa da Espanha.

Nesta batalha morreu a pretensão de Napoleão de derrotar a Inglaterra. Em 21 de outubro de 1805, 27 navios britânicos encontraram 33 navios da frota de Napoleão, que possuía  18 nacios franceses e 15 espanhóis. Seis horas depois, os ingleses haviam capturado 17 navios inimigos e destruído outro sem perder nenhum dos seus. Mas a vitória custou a vida do vice-almirante Horatio Nelson, o herói mais popular da Inglaterra.



Trafalgar marcou o apogeu da guerra naval na era da vela. Decênios depois, projéteis explosivos, motores a vapor e outras inovações tecnológicas mudariam completamente a maneira de se lutar no mar.

Durante as Guerras Napoleônicas, as frotas usavam navios praticamente idênticos aos de 100 anos antes. O armamento principal eram canhões primitivos, que disparavam bolas de ferro sólidas, com péssima pontaria e alcance efetivo limitado a centenas de metros.

Na falta da qualidade, a estratégia era trabalhada na quantidade : um navio de guerra médio tinha 74 canhões a bordo, dispostos ao longo das laterais dos navios. Ou seja, o poder de fogo apontava para os lados. Assim, a tática convencional era arranjar os navios em fila indiana, aumentando os campos de tiro.

Esse pensamento de guerra levava a batalhas intermináveis. É que as linhas adversárias, em rumos paralelos, trocavam tiros até que a noite ou a meteorologia encerrassem o combate, sem que ninguém conseguisse uma vitória real.





A BATALHA

Para invadir a Inglaterra, Napoleão preparou uma tropa de cerca de 100 mil homens e 7 mil cavalos, que acampavam entre Boulogne e Calais, na França - mais de 1,2 mil barcos esperavam prontos para transportá-los. Tudo o que faltava era controlar por um breve período o canal da Mancha.

A principal estratégia naval inglesa era o bloqueio dos portos continentais. Como os portos da França e da Espanha eram divididos entre o Atlântico e o Mediterrâneo, os britânicos buscavam manter cada esquadrão inimigo "engarrafado" em sua base, sob a vigilância de um esquadrão equivalente da Marinha Real britânica. Assim, evitavam que a armada franco-espanhola pudesse se reunir no canal da Mancha e dar cobertura à invasão.

A estratégia do bloqueio se mostrava muito desgastante para as tripulações britânicas, obrigadas a uma estadia forçada e contínua no mar por períodos que passavam de dois anos. O efeito, contudo, era ainda mais devastador para os marinheiros e oficiais continentais.






Trancados em seus portos, mesmo após anos de serviço, eles permaneciam inexperientes e cada vez mais desmoralizados, enquanto as tempestades e os capitães da Marinha Real mantinham os marujos ingleses afiados.

Na tentativa de confundir o esquema defensivo britânico, Napoleão elaborou um plano: seus esquadrões partiriam para o Caribe a fim de atacar as colônias inglesas nessa área e colhendo reforços espanhóis pelo caminho.

Assim que conseguissem atrair parte da frota inglesa para o outro lado do Atlântico, deveriam convergir rapidamente para o canal da Mancha, onde os britânicos estariam desfalcados.



Ficheiro:Trafalgar aufstellung.jpg
Plano de Batalha Inglês


Quando o plano foi posto em ação, alguns esquadrões até conseguiram escapar do bloqueio. Mas a frota principal continuou presa em Brest, na França. Nelson atravessou o Atlântico atrás dos franceses, sem achá-los. Aliás, os próprios franceses se perderam. Napoleão ordenou então que o vice-almirante Pierre de Villeneuve retornasse do Caribe e ajudasse a liberar a frota de Brest. Villeneuve, porém, ignorou e se refugiou no porto de Cádiz, na entrada do Mediterrâneo.


Ao saber do fracasso de seu plano, Napoleão adiou o projeto de cruzar o canal da Mancha e mandou que Villeneuve entrasse no Mediterrâneo a fim de apoiar a ofensiva contra a Áustria. Villeneuve descobriu que o imperador nomeara outro oficial para substituí-lo e, temendo um encontro com a guilhotina, zarpou rapidamente. 

Dessa vez, contudo, Nelson conseguiu interceptá-lo. O almirante francês sinalizou para que seus navios dessem meia-volta. O vento estava favorável aos ingleses, e não houve como fugir. 

Como já tinha discutido previamente os planos com seus capitães, Nelson pôde se dar ao luxo de usar as bandeiras de sinalização de sua nau capitânia para escrever "A Inglaterra espera que cada homem cumpra seu dever". 

Logo depois do sinal, o HMS Royal Sovereign, com 100 canhões, do vice-almirante Collingwood, começou a ser bombardeado pelo navio francês Fougueux, com 74 canhões.

Ficheiro:Turner, The Battle of Trafalgar (1806).jpg
Representação da Batalha de 1806

Por algum tempo, os ingleses não tiveram como revidar. Mas a meta era se infiltrar na linha inimiga. Para isso, prepararam seus canhões com até três balas cada um. Isso reduzia seu alcance, mas provocava danos devastadores a curta distância. 

Por volta de 12h20, os 50 canhões do Royal Sovereign atingiram a frágil popa do Santa Ana, com 112 canhões, provocando uma carnificina. 

A velocidade do Royal Sovereign, porém, custou caro porque durante 15 minutos ele foi bombardeado por quatro navios inimigos - até que o Belleisle, com 74 canhões, pudesse apoiá-lo. 

O resto da coluna de Collingwood se abriu como um leque na direção sul, alguns furando a linha e envolvendo a retaguarda aliada pelos dois lados. Derrotaram-na em cerca de duas horas de combate.

Ao norte, o HMS Victory, com 100 canhões, de lorde Nelson, liderava a fila e, apesar de estender todas as velas que podia, sofreu 40 minutos de bombardeio. Ao avistar a flâmula de Villeneuve no Bucentaure, com 80 canhões, o Victory partiu para cima do comandante francês, sofrendo muitos danos. 

Ao passar por trás do Bucentaure, o Victory disparou a poucos metros das cargas triplas de seu costado de bombordo. Mais três navios da coluna de Nelson ainda passaram, mandando bala no Bucentaure, que perdeu mais de metade da tripulação ao se render, às 14 horas. O maior navio da frota espanhola, o Santíssima Trinidad, com 130 canhões, foi subjugado pelo Neptune, com 98 canhões - os artilheiros ingleses dispararam duas vezes mais rápido.

Ficheiro:Trafalgar1.jpg
Representação da Situação da Batalha às 13hs

Logo após atingir o Bucentaure, o Victory enroscou no próximo da fila, o Redoutable, com 74 canhões, o navio mais bem preparado da esquadra aliada.Lucas também levava a bordo soldados de elite da infantaria imperial, e se atracar a um navio inglês era exatamente o que ele planejava fazer.

A abordagem não se concretizou. Mas, às 13h30, Nelson foi atingido por um tiro de mosquete que se provaria fatal. Engajado de um lado pelo Victory e do outro pelo Temeraire, com 98 canhões, o Redoutable acabou se rendendo após contar 522 baixas, em um total de 643 tripulantes.


Enquanto seus compatriotas e aliados ao sul lutavam desesperadamente, o contra-almirante Dumanoir rumava para o noroeste com dez navios como se nada estivesse acontecendo. Quando decidiu voltar para ajudar, foi um desastre. 

Por causa do pouco vento e da falta de habilidade de seus tripulantes, vários navios da divisão de Dumanoir precisaram baixar botes a remo para rebocá-los na hora de dar meia-volta. 

Ele só conseguiu aparecer na Batalha de Trafalgar depois das 15 horas, tarde demais. Mas escapou com quatro de seus navios em bom estado. Por volta de 17h45, 17 navios já haviam se rendido e os demais seguiam para Cádiz, na Espanha. 



As estimativas sobre o total de mortos e feridos são complicadas: muitos se afogaram na tempestade após a batalha. A Encyclopaedia Britannica cita 14 mil baixas. Informes oficiais dos vencedores contam 1 241 feridos e 449 mortos nos navios ingleses, entre eles lorde Nelson.

Em outubro de 1805, a invasão da Inglaterra já não era uma prioridade para Napoleão. Mas a guerra na Europa ainda se arrastaria por dez anos. As armadas francesa e espanhola nunca mais tentaram enfrentar os ingleses em uma batalha de larga escala.


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